30.1.09

Sampa

Dia 25 ela faz anos, mas ainda não sei onde será a festa. Faz três anos e sete meses que nos conhecemos, quase um mês que não nos encontramos, depois de praticamente o ano todo de convívio intenso. Não sei como será nosso reencontro, na verdade, nem deu para sentir saudades. Me ausentei quase um mês não porque brigamos, era só porque precisa de um tempo sozinha. Ela já não me deixava mais pensar, respirar, andar, sentir. Tava indo atrás dela sem propósito.
Mas é com ela que aprendo a me conhecer cada vez mais, que amei com muita força, que dançei sem pensar no manhã, que trabalhei de verdade, que chorei sozinha sem mais ningúem para me consolar, só ela, somente ela.
Ao nos cruzarmos denovo, meu coração acelerou, fiquei doente, de cama. Ainda preciso do seu caos, do seu calor de asfalto, do seu ritmo frenético, da sua frieza, da suas formas concretas, não concretas, do seu café preto que desce pela garganta com gosto de rotina, do seu colo nas noites de muito frio pelas avenidas largas.
Ela é assim, nunca será de ningúem porém eu não sei viver sem e fim.
Maria Claudia Machado

3 comentários:

Day Rodrigues disse...

Serei ridícula, se deixar uma música... pois, vai virar lugar-comum! Mas, pensei em "Sampa", sim... do Caetano... como diz Gil: "essas coisas lindas que Caetano escreve..."
É... vc era uma menina quando saiu daqui... fazia cursinho e quase andava com roupa de chita...
Daí, resolveu subir a serra...
Aos poucos, foi se construindo paulistana...
É notório! Notável! As roupas não são mais tão leves, mas, sexy... Os cigarros são tragados na velocidade dos cinco minutos de intervalo entre uma correria e outra... mesmo que esteja num sábado à beira-mar. Afinal, os hábitos mudaram e te acompanham... O frenesi já é parte do cotidiano. Vicou sua malemoência.
Os sonhos têm alguns cifrões, porque, descobriu-se que a vida no mundão é outra... e, não ter dindin faz falta...
Os encontros, os amigos... tudo ficou diferente!
Com tons de cinza no amanhecer e medo de assalto na rua Augusta, vc já não é tão santista, porque se apaixounou pela amante: sampa...

Day Rodrigues disse...

ops... quis dizer: "Viciou sua malemolência"...

Jessica Blá disse...

impressionante como parece que eu tbm não sei viver sem...mas só parece, porque eu acho que eu consigo viver sem...só não sei quando.Que bom que vc se acha, se encontra aqui.Um ponto pra ser mais feliz. Eu até sou feliz aqui às vezes...hehe.