31.10.08

saravá, minha querida Mari!!!!!!!!!!!!

No dia do seu aniversário, não podia pensar em outra canção, senão:

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
Senão não se faz um samba não
Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração
Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não
Põe um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba não
Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração

Um grande beijo!!!!

e, a bênção à você!!!!!!!!!!!! =)

26.10.08

samba aqui, samba aí... sambando!!!

Nessa leva musical, fiz um sambinha de eu-lírico feminino!!! Uma TENTATIVA de samba, claro!!! Só pra gente rir um pouco...


Nego, passa aqui em casa
Tô precisando de um xamego
Vem pro meu aconchego

Não vou aprender a fazer o arroz da sua mãe
Nem o feijão da Berê
Mas, vamos prosear sobre Literatura e Godard?

Nego, passa aqui em casa
Tô precisando de um xamego
Vem pro meu aconchego

Já coloquei Cartola pra tocar
e a cerveja pra gelar,
só falta você pra gente se acabar...

25.10.08

20 Anos Blues

20 Anos Blues

Ontem de manhã quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de 20 anos

E eu tenho mais de mil perguntas sem respostas
Estou ligada num futuro blue

Os meus pais nas minhas costas
As raizes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros
O sangue jorra pelos furos pelas veias de um jornal
Eu não te quero
Eu te quero mal

Essa calma que inventei, bem sei
Custou as contas que contei
Eu tenho mais de 20 anos

E eu quero as cores e os colirios
Meus delirios
Estou ligada num futuro blue

Os meus pais nas minhas costas
As raizes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros
O sangue jorra pelos furos pelas veias de um jornal
Eu não te quero
Eu te quero mal

Ontem de manhã quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de 20 anos.
Elis Regina

***as vezes tenho acordado assim, hj por exemplo.

24.10.08

pausa para uma música

queria estar com o espírito poético mais aguçado

pra aparecer neste blog, pela primeira vez, mais bonitinha

mas estou escrevendo durante uma pausa de um trabalho que estou fazendo sobre literatura

exercício de racionalizar a literatura

desse jeito não há poesia que sobreviva!

vou ficar aqui quietinha sem entender um pouco as coisas

com essa october song ressoando nos meus ouvidos

aliás ela já me disse tudo que eu precisava saber por hoje...

20.10.08

October Song

October Song,

tá frio
no Rio.

o que tenho feito
pra esquentar?

esfregando um pé
contra o outra
meias imundas
cada par
com sua nova suja cor

tomo chá
hábitos ingleses
em dias de Malboro Light

ervilhas finas
blocos $em nota...

16.10.08

Pra você

Eu queria abraçar você. Ainda que o faça mentalmente. Queria tentar segurar seu coração e dar-lhe corda e cor. Queria, mas não dá de fato. Dá pra pensar....isso dá. Dá pra pensar em largar tudo e sair pro abraço...dar um abraço no mundo, dar um abraço no mar, dar um abraço na lua...já pensou? Mas bem agora eu daria um abraço em você. Mas não dá. Por mais que eu lhe peça pra sentir. Eu não estou aí. Não dá. Dá pra pensar em te ligar todos os dias só pra saber se está bem...mas outra vez, não dá. O número de negações nesse textinho minúsculo é incrível...quantas....fiquei aqui confabulando o que é que dá pra fazer afinal...sem conclusões efetivas...mas...dá pra amar de longe né...isso vale?

*um simples pensamento do recente dia-a-dia. São tantos os anti-sujeitos...qual será o de hoje? mas...vamo aí né meninada...

12.10.08

outros sentidos

"No descomeço era o verbo.
Só depois que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo veio no começo, lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.
Então se criança muda a função de um verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer nascimentos -
O verbo tem que pegar delírio."

(O livro das ignorãnças, Manoel de Barros)


*** Estou lendo este livro de poesias do Manoel de Barros! Ele disseca as coisas até extrair das complexidades ao nosso redor sentidos, que são pequenas "ignorãnças" só possíveis a olho nu.
(Parece que há uma contradição agora, pois, há sentido nas pequenas coisas, então? E o abismo? Não precisa mais?)

10.10.08

sentidos

Não-pensamento

Sem música
Sem cor
Sem amor
Sem existir
Confundo-me
Com dor... no abismo
Estou sem destino*


* Pequena ("pseudo") reflexão depois de uma aula de Filosofia contemporânea em que a professora explicava sobre a busca de sentido quando nada mais faz sentido. Pois, segundo Kierkegaard, pensador dinamarquês do século XIX, é nessa hora, quando estamos plenos da ausência de qualquer tipo de significado, o momento de se jogar no abismo e descobrir o nosso próprio sentido para a vida. Pois, por não sabermos o que acontecerá depois da escuridão do desconhecido no abismo, algo se modificará profundamente em nós... independente da forma que voltemos, mesmo descobrindo o absurdo em tudo e a garantia da ausência de sentidos.


[foto: Didi]

5.10.08

Scarlett Johansson - Falling Down



** Em busca de novos sons, o da mocinha aqui é bem interessante!
Além deste, tenho ouvido Duffy (recomendação de um amigo meu...) e Amy (influência alinoniana, vulgo Linão ou Aline, a guria do bazar da Nina... heheh) - essas trilhas podem embalar boas festinhas, hein!
Por favor, dêem sugestões, também!
Como diz um amigo, existe vida além dos clássicos. Por isso, resolvi ficar mais atenta e descobrir o que anda sendo produzido por aí.

2.10.08

Separação, de Vinicius de Moraes

Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente irremediável. No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta sentiu que nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é história do mundo. Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma incompreensão e um anelo, como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo impossível entre eles.Viu-a assim por um lapso, em sua beleza morena, real mas já se distanciando na penumbra ambiente que era para ele como a luz da memória. Quis emprestar tom natural ao olhar que lhe dava, mas em vão, pois sentia todo o seu ser evaporar-se em direção a ela. Mais tarde lembrar-se-ia não recordar nenhuma cor naquele instante de separação, apesar da lâmpada rosa que sabia estar acesa. Lembrar-se-ia haver-se dito que a ausência de cores é completa em todos os instantes de separação.Seus olhares fulguraram por um instante um contra o outro, depois se acariciaram ternamente e, finalmente, se disseram que não havia nada a fazer. Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de seccionar aqueles dois mundos que eram ele e ela. Mas o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar, sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um rio que nasce.Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos de suas vidas, não lhe dava forças para desprender-se dela. Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. Sabia, também, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, de sair, andar, fazer coisas, distanciar-se dela cada vez mais, cada vez mais. E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele abençoara com os seus beijos e agasalhara nos instantes do amor de seus corpos. Tentou imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, perdida em suas cogitações próprias - um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas.De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber para onde...

**** Prometo! O próximo texto será de minha autoria!